Fala gente, tudo certo?
Aqui está um dos meus trabalhos recentes. Vou explicar o processo para os interessados.
Esse aqui exigiu mais uma questão de reagrupamento de elementos, já que a arte em si existe há mais de 20 anos, e o cliente (meu pai, hahahahaha!) não quer mudá-la nem reposicioná-la.
Analisando o cartão original dentro do ponto de vista de um designer gráfico, fica claro que existem alguns problemas. O principal deles é o excesso de informações na parte inferior do cartão, o que provoca um desequilíbrio visual. Um boa arte gráfica deve prezar o equilíbrio das informações, principalmente em algo como um cartão de apresentação, onde o cliente irá gastar, no máximo, 10 segundos para ler todas as informações e absorvê-las, ou, mais comum ainda, perdê-lo (o cartão) depois de algumas horas.
Outro problema é que não há uma hierarquia na parte de baixo. Existem várias informações em caixa alta (maiúscula) e outras em caixa baixa. Por exemplo, o e-mail pessoal é menos importante do que o e-mail da imobiliária? Sendo assim, o e-mail da imobiliária deve ser o primeiro a ser lembrado pelo cliente? Deixá-lo em um tamanho menor do que o outro causa esse tipo de impressão, muitas vezes inconscientemente. Claro que, quando usado intencionalmente, esse tipo de desequilíbrio pode ser útil, mas (aparentemente) esse não foi o caso.
Bom, o princípio de tudo foi aumentar levemente a saturação das cores (elas podem estar parecendo muito diferentes, mas essa impressão é devido a qualidade do escaneamento do cartão original. Na verdade, a saturação das duas está bem próxima). Depois, como eu disse anteriormente, foi a questão de organizar as informações. Não fazia sentido ter um cartão de dois lados e utilizar um lado só, pois a maioria dos cartões não são assim. O cliente me perguntou se isso não seria prejudicial, pois a pessoa poderia bater o olho na parte da frente, ver a falta de informação e permanecer com dúvidas. Porém, acho que isso é exatamente o inverso do que iria ocorrer: imagino que se eu pegasse um cartão, olhasse para ele, e só visse o nome da empresa com alguns detalhes burocráticas, automaticamente eu saberia que o resto das informações estariam atrás. Acho que isso é algo intuitivo a qualquer pessoa.
Posteriormente, com essa ideia aprovada, meu trabalho ficou mais fácil, pois agora eu teria o dobro do espaço para trabalhar. Para a parte da frente, eu escolhi uma fonte... Ah! Isso é uma coisa muito importante a se dizer: dificilmente fontes padrões do Windows são boas opções para se utilizar. Não precisa ter medo, gente! Existem vários sites com fontes de todos os tipos e pessoas que trabalham criando essas fontes. Utilizar fontes comuns como Arial, Cambria, Times New Roman (inclusive, arrisco dizer que a fonte do cartão original é Arial) podem passar uma imagem de preguiça por parte do designer para o cliente.
Enfim, voltando ao ponto, eu escolhi duas fontes que transmitiam uma seriedade a marca, Aparajita e Kolika (para "Arq & Teto" e "Creci" e "Imóveis", respectivamente). Depois disso, separei as informações pessoais de informações legais, passando tudo que não era da marca para o verso do cartão.
Muito mais limpo, não? Essas informações da marca, ou informações legais, são o suficiente para o conhecimento dos clientes. E ainda, retomando a questão de organização, vocês podem notar que eu centralizei o nome da empresa, além de deixá-lo maior e ocupando um espaço amplo, ficando claro que essa informação é a mais importante desta parte do cartão.
Continuando, uma boa solução, quando se utiliza somente um tipo de fonte em seu trabalho (apesar de não ser recomendável), é aplicar o negrito, além de tamanhos diferentes, as fontes. Dessa maneira, a hierarquia é mantida. Por exemplo, o que eu comentei sobre o problema dos dois e-mails do cartão original agora não é mais um empecilho, pois ambos estão com o mesmo tamanho,mesma propriedade e mesmo espaçamento. Ambos encontram-se iguais em nível de importância, e estando na parte de cima, junto com o nome do dono, automaticamente os olhos do cliente irão seguir para eles antes de prosseguir a parte amarela.
Decidi, então, na parte de cima, como já disse, colocar as informações mais relevantes a respeito do proprietário da empresa. Fica claro que o nome dele é o mais importante nessa parte do cartão, mesmo com com um acúmulo maior de informações ainda estando na parte inferior.
E, por fim, com esse tanto de explicação e blá blá blá que eu falei até aqui, já está nítido que os telefones e o endereço do site são as informações mais importantes da parte amarela, não?
Bom, eu poderia me estender aqui falando mais sobre as decisões e o trabalho intelectual que tive, mas ai eu não acabaria nunca. Muita gente pensa que essa coisa de criar logotipos, manuais de marca, reposicionamento, ou só um tapinha em marcas prontas (como foi o caso desse post) é uma coisa chata, difícil e que não vale o retorno pelo tempo investido, mas, como disse um professor, uma vez, "jovens, criar logotipos é uma coisa que dá muito dinheiro.......... quando pensado". Ou seja, todo trabalho, por mais simples que pareça, se torna muito mais complexo quando se há um preparo e um pensamento por trás do resultado final; quando tudo é justificável quando questionado.
Um abraço a todos, e obrigado por aguentarem ler até o final esse post longo, hahahaha.
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